Para concluir nosso especial sobre conteúdos relacionados a pornografia, vamos ver quais são os efeitos dentro do relacionamento.
Já considerada “a droga mais perigosa do século”, a pornografia já atinge grande parte da sociedade como tráfico de mulheres, gatilhos para violência sexual contra crianças, homossexuais e até mesmo animais.
Se esses argumentos não são suficientes para você rever seus conceitos para o consumo desse tipo de conteúdo, trago alguns texto e matérias para causas e efeitos dele dentro dos relacionamentos:
A pornografia afeta a vida de muita gente e pode interferir de forma danosa nos relacionamentos.
A pesquisadora Jill Manning, autora do livro What’s the Big Deal about Pornography: A Guide for the Internet Generation, revelou que em 56% dos casos de divórcio nos Estados Unidos ao menos um dos cônjuges experimentava um interesse obsessivo em conteúdo pornográfico.
Embora você possa não recordar, mas já vivemos um tempo em que o acesso a conteúdo pornográficos era extremamente difícil. Antigamente, quando não tínhamos internet, nem grupos de WhatsApp os símbolos de pornografia eram os filmes de “Emmanuelle” nas madrugadas da Band, as revistas de sexo explícito ou especializadas em nu masculino ou feminino, os anúncios de lingerie nas revistas de catálogos, dentre outros. Hoje, além disso, incontáveis sites e blogs de pornografia estão disponíveis 24h por dia ao alcance de apenas um clique no seu computador, tablet ou smartphone. Como se tudo isso não bastasse, diariamente você ainda recebe dezenas de vídeos pornográficos em seus grupos no celular.
O que aparentemente seria um símbolo de avanço, inclusão e socialização de conteúdos acaba evidenciando um grande problema: Estamos criando uma geração de viciados em pornografia. E como todo vício, este – pouco a pouco – está destruindo a vida sexual de muitas pessoas, frustrando inúmeros relacionamentos e transformando o que poderia ser um ato de amor, prazer e cumplicidade em experiências que afetam sua vida e, certamente, que você nem percebe.
Para você entender melhor o que estou dizendo, preparei uma lista com cinco desses comportamentos pornográficos que prejudicam sua vida e trazem consequências que afetam os relacionamentos.
A pornografia deixa você viciado em masturbação
Muito embora existam algumas pessoas e correntes religiosas que sejam contra este comportamento, ainda não ouvi de uma pessoa, que tenha essa prática, dizer que se masturbar seja algo ruim. E, obviamente, tudo que traz algum benefício tende a nos deixar viciado ou dependente, caso não tenhamos controle sobre ele. Ainda assim, sabemos que a masturbação – em muitos casos – é algo necessário e faz parte do processo de conhecimento do próprio corpo e é um comportamento sexual que favorece meios para você entrar em contato com suas fantasias e desejos sexuais. A masturbação por si só daria um post inteiro, mas vou tentar ser breve para cumprir a proposta dessa publicação.
Quando você atinge o estado de viciado ou de dependente da masturbação, ela afeta sua vida sexual e seus relacionamentos. Entenda. Independentemente do que tenha lhe motivado a se masturbar, quando você chega ao “clímax” após uma masturbação, diversas substâncias químicas são criadas por nosso corpo e jogadas em nossa corrente sanguínea, dando aquela sensação de prazer. E, convenhamos, sentir prazer é muito bom, não é mesmo? Ocorre que com a repetição desse comportamento, nosso cérebro se torna viciado neste ato, nos condicionando a nós masturbarmos cada vez com mais frequência para tornar aquela sensação constante. Por vezes, o viciado em masturbação chega ao ponto de não se satisfazer mais com o sexo compartilhado com outra pessoa, ejaculando ou tendo orgasmo apenas com as próprias mãos. Assim, nessa sequência de acontecimentos, você pode se mostrar cada vez menos interessado em sexo com outra pessoa e tendendo a investir muito mais na masturbação.
A pornografia faz você achar que tem um pênis pequeno
sintomas de baixa autoestima e queixas relacionadas ao tamanho do pênis e como isso tende a deixar estas pessoas inseguras quanto ao sexo. Muitos homens que têm um pênis de 15 ou 16 cm, acham que seu órgão é pequeno demais. E, acredite, muitos destes homens chegaram a esta conclusão após se compararem com os atores pornôs dos filmes e vídeos eróticos que assistem.
O que muitos não sabem é que a média do tamanho do pênis do homem brasileiro é de 15,7 cm. Desse modo, iremos encontrar uma variabilidade imensa de tamanhos até encontramos a essa dimensão média. Porém, certamente por razões comerciais, pois esse perfil atrai mais público e desperta a fantasia dos leitores e espectadores, a indústria pornográfica privilegia e apresenta – em sua maioria – apenas homens superdotados. Desse modo, se você é desses que usam a referência errada como medida, isso pode fazer com que você fique TRAUMATIZADO com seu próprio corpo e tenha crises de autoconfiança. Assim, o contato sexual com outras pessoas, o investimento em relacionamentos e até mesmo um ato sexual passa a ter esse peso, que é o enfrentamento do seu próprio julgamento e o receio de ser rechaçado pela outra pessoa. Se este for o seu caso, você precisa de ajuda urgente, pois, você (mais do que qualquer outra pessoa) sabe como isso lhe afeta e lhe prejudica, não é mesmo?
A pornografia não te ensina o que é sexo de verdade e isso prejudica os relacionamentos
O sexo visto em filmes pornográficos não é o sexo real, muito embora ele sirva de parâmetro para muitas pessoas, inclusive para você. Há pessoas que até gostam do sexo tal qual o apresentado pelos filmes: penetrações tipo britadeira em concreto, ejaculação no rosto, horas a fio de penetração e ereção constante. Só aqui já podemos entender que nem todos sentirão prazer com isso, e o mais importante, nenhuma relação suporta esse perfil de sexo em todas as relações e durante todo o tempo em que a relação existir. Só para você refletir sobre esse seu investimento em tentar imitar atores ou atrizes dos filmes pornôs, um filme desses, muitas vezes, é gravado em várias sessões, com vários recursos de filmagem e edição, além daquele providencial remédio para garantir a ereção.
Talvez valha a pena você ter em vista que sexo é uma experiência sensorial entre as pessoas envolvidas. E isso é o que deve ser explorado e investido em um comportamento sexual. Para se ter ideia, quase dois terços das mulheres brasileiras não gozam com a penetração. Isso pode significar que um homem deve se preocupar tanto nas preliminares quanto na hora da penetração. Porém, na prática, o que parece ocorrer é que pessoas que usam filmes pornográficos como referência adotam vícios errados e, na hora de uma transa, podem acabar não satisfazendo a parceira e, mesmo assim, saírem achando que são boas de cama.
A pornografia não mostra o que é uma mulher de verdade
Se observarmos as mulheres que aparecem nas produções pornográficas, veremos um padrão que não representa a mulher brasileira é comum que encontramos nas ruas, bares, boates, praias e outros lugares onde pode surgir uma paquera ou algo mais. Agora imagine quantas gerações cresceram vendo mulheres que foram selecionadas primordialmente com intuito de despertar a fantasia sexual em outras pessoas. Para as pessoas dessas gerações esse perfil torna-se o padrão de mulher, sendo boa de cama e capaz de satisfazer um homem. Veja como isso pode ter afetado a vida de muitas pessoas e muitas relações, inclusive sustentando uma prática, no mínimo conflituosa, na qual – ainda hoje – há o hábito de se dividir as mulheres entre aquelas para se casar e aquelas para transar.
Como consequência desse padrão de mulher apresentado nas produções pornográficas, ao longo de gerações, temos visto muitos homens que, ao verem uma mulher de verdade, que nem sempre tem o peito durinho e empinado, que não esteja totalmente depilada e que possua estrias, celulites e, por vezes, gordurinhas a mais, tendem a demonstrar algum tipo de desprezo e indiferença à mulher normal e supervalorizar àquelas que se aproximam do padrão pornográfico. Em outras palavras, a pornografia tem criado homens que ficam com “nojinho” quando estão diante de uma mulher de verdade.
A pornografia te ensina a ter baixa autoestima, te deixa insatisfeito com seu corpo e com sua performance sexual
Certamente você já reparou nos corpos, nas habilidades sexuais e nas performances dos astros da pornografia, não é mesmo? Não vou aqui crucificar apenas a indústria pornográfica pelo desserviço de nos ensinar modelos e comportamentos sexuais que estão distantes da realidade da grande maioria das pessoas. Afinal vivemos em um mundo no qual tais comportamentos são propagados por quase todos os contextos e ambientes.
Todavia, a pornografia é que mais influencia o comportamento sexual das pessoas e ela tem grande responsabilidade sobre os efeitos danosos que acarreta aos relacionamentos. Muito embora você possa se sentir altamente excitado ao acessar um conteúdo pornográfico, talvez você não perceba como, logo em seguida, você se sente mal por não conseguir repetir as mesmas posições, ter a mesma performance e as mesmas facilidades para conseguir parceiros e parceiras como geralmente ocorre nesses vídeos e filmes pornográficos.
Para se ter ideia, uma vez uma pessoa me disse que quando foi pela primeira vez a um bar (convencional), durante a madrugada, ficou frustrado, pois as atendentes não eram loiras, não usavam lingerie e nenhuma delas lhe fez sexo oral ou transou com ele, tal qual tinha acontecido no filme que ele havia assistido.
Embora você não tenha percebido, certamente você já desejou que alguma dessas situações dos filmes pornográficos, por exemplo, tivesse acontecido em um posto de gasolina, no elevador, no escritório ou até mesmo em um bar. E isso é muito mais que fantasia. Na verdade, é um efeito da pornografia com a qual anteriormente você teve contato.
Outro efeito extremamente danoso advindo da pornografia é a representação das pessoas normais como engraçadas, ridículas e bizarras. Para você ter ideia, observe os vídeos que você recebe no seu WhatsApp, por exemplo. Sempre que aparece uma gordinha ou um gordinho, um idoso ou uma idosa, uma pessoa que não consegue ter ou manter a ereção (que broxa na hora da penetração) … isso normalmente é apresentado como algo para rir, para fazer gozação, como alguém incompetente e que jamais terá sucesso sexual. Observe que é exatamente assim que muitas pessoas tratam esse tipo de material e, às vezes, esquecem que no mundo real, do lado de cá da tela, há indivíduos que são maltratados e desvalorizados justamente por não se enquadrarem no perfil “correto “apresentado pela pornografia.
A grande consequência disso é que as pessoas que se identificam com esse perfil, ou se enquadram nessa característica, tendem a ter sua autoestima diminuída e passam a desenvolver a crença de que não se realizarão sexualmente. Por isso, passam a desenvolver uma série de comportamentos inadequados e até são afetadas por transtornos psicológicos como a depressão, as fobias, as ansiedades exacerbadas e a autoestima extremamente baixa.
Fatores:
A pornografia destrói a confiança
O consumo de conteúdo pornográfico mina a confiança entre um casal. O cônjuge se sente traído quando se dá conta do que ficou em segredo por tanto tempo e naturalmente se pergunta: o que mais aconteceu que eu não sei?
A pornografia põe obstáculos à intimidade emocional
A pornografia faz com que passamos a ver a outra pessoa como objeto e não possamos, então, ter uma interação significativa com ela. Sobra busca de prazer, mas falta uma conexão íntima com a pessoa.
Destrói a autoestima
O consumo de pornografia afeta também como você vê a si mesmo. Você passa a se comparar – e a comparar seu cônjuge – com os modelos que aparecem nos filmes e fotos e se torna mais crítico com a sua própria aparência e a de seu cônjuge, bem como com o seu rendimento sexual.
Gera egoísmo
Quando “educamos” a nós mesmos para obter prazer imediato, reforçamos cada vez mais o nosso desejo de receber prazer e esvaziamos nossa vontade de nos doarmos, de nos entregarmos e de fazermos o que é bom para o outro.
Degrada as mulheres
Muitas pesquisas já deixaram claro que quanto mais um homem consome pornografia, mais tende a exigir submissão das mulheres e a agir com violência. A maneira como ele as vê muda – o que se deve obviamente à normalização da maneira como elas são tratadas nos filmes pornográficos.
Deteriora a vida sexual
Uma pesquisa recente mostrou que 19% dos homens que veem pornografia regularmente sofrem de ejaculação precoce, 25% perderam o interesso no sexo com sua parceira, 31% têm dificuldades para chegar ao orgasmo e 34% experimentam disfunção erétil.
Por outro lado, em uma pesquisa com homens que se comprometeram a deixar de lado a masturbação e a pornografias, 60% deles sentiu uma melhora em suas funções sexuais e 67% tiveram um aumento no seu nível de energia e produtividade.
Promove insatisfação com o cônjuge
Homens expostos continuamente a pornografia se veem como menos apaixonados por sua parceira do que os que não consomem conteúdo pornográfico. A pornografia apresenta sexo fácil e rápido. Ter uma relação de amor verdadeira e mesmo uma relação sexual profunda é algo que exige dedicação.
Gatilho para a infidelidade
O consumo de pornografia por um dos parceiros aumenta a chance de infidelidade. Isso inclui casais que veem pornografia juntos. O modo como a pornografia apresenta o sexo e desvela a intimidade de outros casais diminui o compromisso com a própria relação.
Pensar que a pornografia é uma válvula de escape que evita uma traição “concreta” é nada mais do que um mito.
Promove depressão, estresse e ansiedade
Quem consome pornografia costumam apresentar índices altos de depressão, ansiedade e estresse. Afetando também, a relação com seus parceiros.
Alterações químicas no organismo
Da mesma maneira que acontece com o consumo de narcóticos, quanto mais se vê pornografia, mais severo é o dano causado ao cérebro e mais difícil se torna deixar esse hábito de lado.
A pornografia libera uma alta carga de dopamina no cérebro. Quanto mais se vê conteúdo pornográfico, mais essa carga diminui, a menos que se mude o “estilo” do conteúdo que se vê. Por isso é comum que usuários de pornografia passem a ver conteúdo cada vez mais perverso e bizarro, ou seja, para que altas cargas de dopamina, que viciaram o cérebro, continuem sendo liberadas.
Com informações de La Familia.