Paternidade e a responsabilidade o viver bem de Piangers.
Palestrante, autor, youtuber, entre outras qualidades, Piangers fez sua vida acontecer em sua maior paixão, ser pai. Todos nos homens e mulheres temos muito a aprender com ele, e aumentar nosso viver bem, mas como e ser um pai imigrante, a vida no exterior pode ser diferente mas o amor por nossos filhos e o mesmo em qualquer lugar onde quer que estejamos, existem vários tipos de pais imigrantes os que estão perto sofrem com a falta de tempo, os que estão longe sofrem com a distância, independente dos nossos problemas e circunstâncias devemos aprender a ser melhor, aprendendo com exemplos de pessoas que estão dispostas a aumentar nosso viver bem, Piangers e um deles, através do seu canal no Youtube, seu podcast, seus livros, e suas palestras.
Conteúdo de qualidade para o nosso viver bem.
Vou deixar alguns trechos da entrevista que ele deu para o portal esbrasil:
“Talvez um homem de verdade seja aquele que encara os seus medos, lida com sua sensibilidade e até se posiciona frente à opinião dos outros que ainda têm muito forte o ‘homem alfa’, porque é uma cultura muito cimentada”
O papel do pai está mudando na sociedade atual?
Marcos Piangers – Eu acho que sim. Nós estamos vendo esse papel do pai mudar aos poucos. Claro que no passado existiam exemplares de pais participativos, amorosos e próximos da família. Mas existia uma construção, até da cultura pop, do homem que não chora, que não sente, que namora várias mulheres, que não tem um relacionamento compromissado, que não trata bem a esposa. Estamos descontruindo isso aos poucos. Alguns exemplos no passado inspiraram o presente e, quanto nós construímos de uma forma mais saudável, fazemos bem para as próximas gerações.
Essa construção de que homens não podem falar de sentimentos é muito prejudicial à saúde. Nós, homens, morremos em média 10 anos antes das mulheres, somos a maioria no sistema penitenciário, nos matamos mais de forma violenta, nos matamos mais no trânsito, nos suicidamos mais, sofremos mais depressão, temos mais problema no coração, e por aí vai. Então, obviamente, estamos fazendo alguma coisa errada.
Eu acho que podemos ter uma vida mais saudável, mais equilibrada, menos autodestrutiva, e os filhos têm a ver com isso. A chegada de uma criança é a chance de nos transformarmos em algo melhor e de construirmos uma sociedade melhor aos poucos, porque um pai participativo melhora a vida da esposa e da criança. Com pais ativos, todas as pesquisas mostram que a criança é mais autoconfiante, ela se sai melhor na escola, torna-se mais sociável, envolve-se menos com delinquências. No fim das contas, também é bom para o próprio pai, que se transforma em um “ser”, em uma força mais completa e mais equilibrada.
O machismo pode ser uma resposta para essa omissão dos pais na criação dos filhos?
Marcos Piangers – É uma construção social. A gente vê que os “grandes homens” são aqueles de negócio ou de pancada ou mesmo os conquistadores. Então, seriam o 007, o Steve Jobs e o Chuck Norris. É isso que ainda está na nossa construção mental. E aí, quando chega um filho, o homem descobre que talvez não seja isso mesmo que é ser homem, sabe? Talvez um homem de verdade seja aquele que, ao encarar os seus medos, lida com sua sensibilidade e até se posiciona frente à opinião dos outros que ainda têm muito forte o “homem alfa”, porque é uma cultura muito cimentada. Eu acredito que nós vamos aprendendo a ser homens com a chegada de um filho e de uma filha também, porque tenho duas meninas e essa relação com o universo feminino abriu minha visão para toda uma nova realidade. Uma sensibilidade diferente, um mundo mais lúdico de unicórnios, de princesas, de maquiagens… Isso também dá uma quebrada naquela “armadura masculina”, e eu acho bem divertido, isso eu posso garantir (risos).
Sendo um palestrante da área de paternidade, quais absurdos já teve que ouvir?
Marcos Piangers – Foram muitos. Ministro palestras em escolas de todo o Brasil e já ouvi cada situação revoltante. Uma vez uma dona de creche me disse que um pai pediu que a escolinha abrisse no fim de semana, porque ele trabalhava de segunda a sexta-feira e não queria ouvir choro de criança no fim de semana. O pai falou isso! Por que, então, esse ser humano foi ter filho? Imagina o trauma que vai ter essa criança? Imagina a falta de senso de missão, de compromisso e de responsabilidade desse pai? E tem outras coisas pesadas, como crianças que vão para a escola com motoristas e babás, crianças de 11, 12 anos que já fazem uso de antidepressivos, inclusive levando na mochila, crianças que só ficam ao celular, tablet ou computador e nunca veem os pais, porque eles estão trabalhando muito. Fora o acesso ao ambiente de redes sociais, que é terrivelmente perigoso. A gente tem visto muitos casos de pedofilia, de adultos seduzindo crianças através de mensagens. Temos visto também muitos casos de crianças muito novas expostas a tecnologias e que têm dificuldade de aprendizado, de cognição, de relacionamento, de desenvolvimento, inclusive com comportamento análogo ao do espectro autista por conta de muito exposição à tela. O maior absurdo que eu vejo hoje em dia é esse abandono, que não é um abandono físico, mas um abandono prático, e isso é lamentável.