Sem beijo não há nada. Quando um casal não se acerta no beijo, a causa está perdida. O beijo, muito mais que o sexo, define o relacionamento. Bons beijos dão bons romances. Beijos ruins dão romances ruins. Não existe sexo excitante com beijo medíocre.
Acho poético o código das marafonas. Elas entregam tudo em troca de moeda, mas não o beijo. O sexo pode ser comércio. O beijo, nunca.
Um relacionamento floresce quando dois querem se beijar com volúpia molhada de um convalescente que depois de uma longa temporada na clausura sai enfim à rua. E você percebe que alguma coisa mudou, e para pior, quando perde a vontade de colar seus lábios aos dela.
Um beijo de língua não é somente uma forma de iniciar um contato íntimo ou uma simples demonstração de afeto. A carícia desempenha papel muito mais importante na vida do casal do que se pode imaginar e traz até mesmo diversos benefícios para a saúde.
Ao indicar carinho e forte conexão entre os parceiros, o beijo na boca ajuda na liberação de oxitocina, hormônio responsável por aumentar ainda mais a intimidade, o afeto e a união entre um par.
Não à toa especialistas indicam que casais que vivem juntos há muito tempo e acabam ignorando o ato, aumentem a frequência do toque entre os lábios no dia a dia. O hábito de beijar sempre a pessoa amada, portanto, contribui para a harmonia e a felicidade da vida a dois.
Além disso, a troca de germes que ocorre durante um beijo de língua e que pode soar como algo “nojento” beneficia a saúde dos apaixonados. Ela fortalece o sistema imunológico ao “despertar” os anticorpos para que eles atuem contra outros micro-organismos. Até mesmo alergias são combatidas com o carinho entre os lábios.
Um simples beijo de língua apaixonado é capaz ainda de afastar o estresse, pois reduz no organismo os níveis de cortisol, hormônio conhecido por provocar a condição. Ou seja, motivos não faltam para manter sempre na relação o hábito de beijar quem você mais ama.
Afeto
A doutora em Antropologia Social, Ednalva Maciel revela que o beijo pode ser considerado como algo comum em várias sociedades. O beijo como o todo é visto como demonstração de afeto, cumprimento ou saudação, está dentro das relações pessoais e interpessoais.
No seu entender, o beijo é algo importante em todas as relações, pois é sempre carregado de muito significado, seja um beijo na bochecha, na boca, na testa, de pai para filho, de tio para sobrinho ou entre um casal. O beijo sempre contém um significado onde traz sentidos relacionados a conforto, prazer, despedidas e relaxamento.
Com todos esses sentidos atribuídos ao beijo, normalmente, através dele, ocorre a diminuição do estresse, ansiedade, demonstração de afeto, exploração de sentimentos. Por esses motivos, o beijo é sem sombra de dúvidas de grande importância entre os laços afetivos das pessoas.
“O beijo não é um comportamento novo, é muito antigo. E cada sociedade considerou e considera o “beijo” culturalmente e simbolicamente de forma diferente, ou seja, o valor atribuído ao ato ou ação de beijar – varia de sociedade para sociedade, mesmo historicamente e dentro de cada sociedade. O fato é que o beijo, entre nós, representa uma atitude de carinho, na maioria das vezes e isso significa muito para a pessoa em formação como um ato de amor”, afirma a antropóloga Ednalva Maciel.
“Vale lembrar que “beijar” é uma atitude que historiadores dizem que surgiu na Índia, era praticada na Roma antiga. O importante é o significado que esse ato representa entre as pessoas, em diferentes contextos do dia a dia”, acrescenta Ednalva.
Um beijo que dure dez segundos é capaz de queimar 12 calorias. Para se livrar de uma garrafa de cerveja, uma pessoa deve beijar 25 vezes. Segundo o livro, “O Guida dos Curiosos” uma pessoa troca 24 mil beijos de todos os tipos ao longo da vida. “Quando se beija alguém, resíduos de sua saliva permanecem por três dias na boca de quem beijou”, contam os autores sobre um aspecto não muito romântico.
Não beijar significa um sinal de alerta no relacionamento?
Para a psicóloga Marina Avelino, a falta do beijo pode ser um sinalizador no relacionamento, se for investigado um pouco sobre a vivência do relacionamento, pois cada relacionamento tem sua forma de demonstração de afeto, sendo o beijo um deles. “Muitas vezes o início do relacionamento nem sempre é só demarcado com o ato de beijar, por isso, se o casal inicia o relacionamento dessa forma, é considerado normal se um casal não se beijar com frequência, mas quando ocorre a perda gradual da frequência do ato de beijar, podemos considerar um alerta na relação, pois pode ser um sinalizador da perca da demonstração dos sentimentos ou afastamento físico e emocional dos envolvidos”, explica a psicóloga.
Consequências para a relação humana quando não há mais beijo
Marina Avelino deixa claro que, como o beijo é um dos atos mais importantes e significativos entre os humanos, a falta dele pode ser um indicador de várias consequências. “O afastamento do contato entre casais, desestimulará os principais sentidos, já que todas as áreas do corpo humano são sensíveis ao beijo. Na falta dele, também ocorre a diminuição da intimidade, o que pode acarretar o aumento do stress, ansiedade, sentimentos de timidez, solidão e isolamento. Tudo isso é sinalizado a partir da falta do recebimento do beijo ou da impossibilidade de conseguir efetuar o ato de beijar”, ressalta Marina.
Beijos no cinema
Em toda trama de amor na telona, seja em comédia romântica ou filme de ação, não há quem não suspire quando chega o momento tão esperado em que o casal apaixonado se beija.
- A um passo da Eternidade (1953): Protagonizado por Burt Lancaster e Deborah Kerr, esse beijo, a consumação de um amor proibido, é uma das mais belas cenas do cinema. Desde o lançamento do filme até os dias atuais, a imagem do beijo na praia é muito explorada como ícone do beijo cinematográfico.
- A Dama e o Vagabundo (1955): Ao som da canção “BellaNotte”, dama e vagabundo dividem um espaguete, que acaba levando ao beijinho singelo e fofo desse casal de cãezinhos. O amor dos dois supera a velha temática da diferença social e se torna um clássico da animação.
- A Bela Adormecida (1959): Só um beijo de amor verdadeiro pôde salvar a Princesa Aurora do sono profundo a que foi condenada pela maldição lançada pela vilã Malévola. Como símbolo do poder do amor, uma nova versão deste beijo poderá ser vista em breve no longa “Malévola”, que será lançado dia 29 de maio de 2014. Nele, a história é recontada com o foco na feiticeira, mas o clássico e poderoso beijo dado pelo Príncipe Phillip é um dos momentos mais aguardados.
Saiba alguns dos tipos mais conhecidos
Beijo esquimó: é aquele que esfrega o nariz um no outro, bem fofinho.
Beijo francês: é o tradicional, famoso beijo de língua.
Beijo de vampiro: esse tipo de beijo é aquele que começa nos lábios e termina no pescoço.
Beijo molhado: muita língua e saliva.
Beijo de amigos, ou selinho: é aquele que os lábios se tocam rapidamente.
Beijo roubado: inesperado, surpreendente e inesquecível.
Beijo animal: esse tipo de beijo é intenso, forte, com muitas mordidas e arranhões.
Beijo apaixonado: cheio de amor, carinho e afeição.
Beijo cinematográfico: é encenação, falso e sem sentimento.
Beijo de saudade: aquele beijo que é desejado muito antes de acontecer. E quando acontece todos se entregam completamente.
Beijo tímido: quando você percebe já está parecendo um pimentão.
Beijo demorado: esse beijo é de tipo intenso, com muita entrega e sempre deixa um gostinho de quero mais.
Beijo liquidificador: é aquele que faz movimentos circulares com a língua na orelha do parceiro.
A verdade é que existem diversos tipos de beijo e distintos modos de beijar. Cada beijo é único, assim como cada pessoa também carrega sua identidade. Todo beijo é uma nova descoberta, um novo sentimento, uma nova sensação. Não há quem beija mal, e sim aqueles que não combinam. Vale lembrar, que o importante é experimentar até achar um que seja compatível com você e te leve nas nuvens.